Temas principais deste número do Binómio:
- Algumas questões sobre os objetivos e limites da luta estudantil
“Numa Universidade autoritária com estruturas arcaicas quer na sua dimensão (falta de instalações, de professores, etc) quer na sua forma (cátedra vitalícia, etc), onde paternalisticamente os professores ensinam e acriticamente os estudantes consomem um conjunto de conhecimentos prenhes de idealismos sem relação com a prática; onde quase todo o trabalho é forçadamente individualista; onde a prática de luta da grande massa dos estudantes é no campo da luta pedagógica (...):
a) a liquidação de certas formas de repressão e autoritarismo dentro da Universidade que abrirá caminho a novas formas de organização e a consolidação das atuais estruturas sindicais;
b) uma forte ligação das estruturas sindicais à base estudantil, assim como o seu efetivo reconhecimento como representantes dos estudantes;
c) para além das propostas e conclusões dos diversos grupos de trabalho e comissões a consolidação e o reconhecimento de todas as conquistas adquiridas na prática e na luta pelos estudantes;
(...)
Luta contra o conteúdo classista do ensino:
a) ensino como “formação de quadros para servirem a classe dominante na consolidação do seu poder económico e político, e, simultaneamente, veicular uma ideologia, que reveste matrizes diferentes consoante o tipo de atividade que desempenham os quadros”
b) “a finalidade do ensino só pode ser alterada de modo a se tornar verdadeiramente democrática quando os trabalhadores possuírem o poder económico e político”
(...)
Luta dos operários, dos camponeses e dos estudantes:
Neste momento, a luta contra o conteúdo de classe do ensino é um dos principais parâmetros de ataque dos estudantes contra a sociedade capitalista. Porém, o estudante numa sociedade capitalista se pensa em termos de sociedade, fá-lo sempre através da imagem que tem dessa sociedade a classe dominante”.