Série 051 - Soldados e Marinheiros do PRP-OUT (Partido Revolucionário do Proletariado - Organização Unitária de Trabalhadores)

Zona de identificação

Código de referência

PT-AHS-ICS-ACP-051

Título

Soldados e Marinheiros do PRP-OUT (Partido Revolucionário do Proletariado - Organização Unitária de Trabalhadores)

Data(s)

  • 1976 (Produção)

Nível de descrição

Série

Dimensão e suporte

2 doc; papel

Zona do contexto

Nome do produtor

(1970-1978)

História administrativa

As Brigadas Revolucionárias (BR), organização armada que se propõe a formar um exército revolucionário e a fazer a revolução socialista em Portugal, surgem em 1970 à luz de uma concepção da luta armada como forma de derrubar o Estado Novo, algo que já vinha sendo preconizado, entre outros, pela Liga de Acção e União Revolucionária (LUAR) e a Acção Revolucionária Armada (ARA), do Partido Comunista Português .
As BR surgem a partir de sectores oposicionistas em Argel, ligados à Frente Patriótica de Libertação Nacional (FPLN), e em Paris, com forte presença de dissidentes do PCP e com ligações aos chamados católicos progressistas e elementos que haviam rompido à esquerda com a Comissão Democrática Eleitora (CDE). Corporizando um debate sobre a necessidade de criação de um partido da classe operária e de acção legal capaz de fomentar a mobilização popular, salvaguardando a autonomia orgânica, em Setembro 1973 seria criado em Argel o Partido Revolucionário do Proletariado (PRP).
As BR realizam a primeira acção armada em Novembro de 1971, com uma explosão na base da NATO na Fonte da Telha. Refletindo o peso do anticolonialismo e do combate à guerra colonial, muitas acções terão como alvo estruturas militares das Forças Armadas. Em 1972, destacam-se, por exemplo, o roubo de mapas militares dos Serviços Cartográficos do Exército entregues, depois, aos movimentos de libertação africanos, ou ainda, noutro plano, a largada de porcos em Lisboa vestidos de almirante, satirizando o Presidente da República, Américo Tomás.
Os assaltos a instituições bancárias, ou “recuperações de fundos”, eram a forma de financiar as BR e o próprio PRP, bem como os seus órgãos de informação, “Página Um” e “Revolução”.
Defendendo a criação de organizações autónomas, independentes organicamente do partido e criadas pelos próprios trabalhadores, o PRP vai implantar-se entre a juventude dos centros urbanos e zonas industriais de Lisboa, do Porto, na margem sul do Tejo ou na Marinha Grande.
Com o 25 de Abril de 1974, o PRP renuncia às acções armadas para se dedicar à luta política legal, nomeadamente a acção e agitação junto das massas e dos trabalhadores, sendo suspensa a actividade das BR, ainda que se mantenha um horizonte de eventual organização e insurreição militar, traduzido no desvio e distribuição de armas.
O PRP está presente nos grandes enfrentamentos do ano de 1975, assumindo-se como uma força política a ter em conta, sobretudo pela ligação que estabelece com o COPCON e Otelo Saraiva de Carvalho, desenvolvendo grande actividade no mundo operário, no terreno das lutas sociais, na reforma agrária e nos próprios quartéis, numa óptica de auto-organização popular. Durante o processo revolucionário o PRP esteve ligado ou estimulou a criação de várias organizações como os Conselhos Revolucionários de Trabalhadores, Soldados e Marinheiros (CRTSM), a Frente de Unidade Revolucionária (FUR), os Soldados Unidos Vencerão (SUV) e, mais tarde, os Grupos Dinamizadores de Unidade Popular (GDUP), no quadro da campanha presidencial de Otelo.
Com o radicalizar da situação e a aproximação do 25 de Novembro, as BR são reactivadas, entram de imediato na clandestinidade e dá-se o regresso à luta armada.
Seguir-se-á um período de refluxo em função das mudanças político-militares, não obstante a continuação de assinalável actividade política, de assaltos a bancos e, alegadamente, de acções bombistas. A prisão dos líderes históricos, Carlos Antunes e Isabel do Carmo, em 1978, e o culminar violento de graves tensões internas, levarão a que o PRP seja extinto depois de integrar a Organização Unitária dos Trabalhadores (OUT) e a Força de Unidade Popular (FUP), frente legal das Forças Populares 25 de Abril (FP25) que serão constituídas, na esmagadora maioria, por elementos vindos do PRP e ex-operacionais das BR.

Entidade detentora

História do arquivo

Fonte imediata de aquisição ou transferência

Zona do conteúdo e estrutura

Âmbito e conteúdo

Contém:
Soldados em Luta : órgão de informação e luta dos soldados e marinheiros. - nº 1 (23 Jan.1976) - s.nº (Out.[1976]). - S.l. : Soldados do PRP-OUT, 1976.

Avaliação, selecção e eliminação

Ingressos adicionais

Sistema de organização

Zona de condições de acesso e utilização

Condições de acesso

Condiçoes de reprodução

Idioma do material

Script do material

Notas ao idioma e script

Características físicas e requisitos técnicos

Instrumentos de descrição

Zona de documentação associada

Existência e localização de originais

Existência e localização de cópias

Unidades de descrição relacionadas

Descrições relacionadas

Zona das notas

Nota

Localização: Caixa 3, Pasta 51

Identificador(es) alternativo(s)

Pontos de acesso

Pontos de acesso - Assunto

Pontos de acesso - Local

Pontos de acesso - Nomes

Pontos de acesso - Género (tipologias documentais)

Identificador da descrição

Identificador da instituição

Regras ou convenções utilizadas

Estatuto

Nível de detalhe

Datas de criação, revisão, eliminação

Línguas e escritas

Script(s)

Fontes

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