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- 1965 (Produção)
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História biográfica
Licenciado em Direito e doutorado em Sociologia Política pela Universidade de Lisboa, e com agregação em Instituições Políticas pela Universidade Nova de Lisboa, Luís Salgado Matos ingressou no ICS em 1982.
Da sua vasta obra publicada merecem especial destaque o livro "Investimentos Estrangeiros em Portugal" (Seara Nova 1972), obra pioneira de investigação sobre o enquadramento internacional da economia portuguesa, e o livro "O Estado de Ordens" (Imprensa de Ciências Sociais 2004), onde expõe a sua abordagem original sobre as articulações entre Igreja, Forças Armadas e Estado.
Para Salgado Matos são estas instituições triangulares que estão na base da formação das estruturas políticas das sociedades contemporâneas e que imprimem sentido às suas rotinas organizativas. A sua análise (desenvolvida em diversos livros e artigos) é fundamentada num aprofundado trabalho empírico sistemático sobre estas instituições que garantem a identidade (Igreja), a segurança (Forças Armadas) e a reprodução (Estado) do sistema político.
Luís Salgado Matos era dotado de uma vasta e plurifacetada cultura literária e académica nos múltiplos domínios das ciências sociais. E exibia um enorme sentido de humor e sentido crítico em relação às próprias instituições que o acolheram e que muito beneficiaram dos seus contributos reflexivos. Articulava investigação académica com observação participante das instituições que tão bem analisou.
Nas décadas de 1960 e 1970 colaborou com regularidade nas revistas O Tempo e o Modo e Seara Nova. Foi membro do Governo de Transição de Moçambique (1974-1975), presidente do Instituto Português de Cinema e da administração do Teatro Nacional São Carlos e do Porto de Lisboa (1983-1993). Foi também consultor do ministro da Defesa Nacional, Júlio Castro Caldas (2000), e do Presidente da República, Jorge Sampaio (entre 2001 e 2006).
https://www.ics.ulisboa.pt/info/breve-biografia-0
Luís Salgado de Matos foi coordenador do Seminário Permanente sobre o Estado e as Igrejas, uma parceria entre o CEHR e o Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade de Lisboa (UL), que concretizou três projetos de investigação (2006-2015). Publicou, entre outras, ‘A Separação do Estado e da Igreja’ (2011) e ‘Cardeal Cerejeira: um patriarca de Lisboa no século XX português’ (2018). O seu percurso biográfico é também marcado pelo envolvimento na revista Seara Nova e no jornal O Tempo e o Modo (sob o pseudónimo de Luís Amado de Passos) além de ter sido preso pela PIDE em 1965, quando era estudante da Faculdade de Direito.