
Zona de identificação
Código de referência
PT-AHS-ICS-ML
Título
Arquivo Manuel de Lucena
Data(s)
- 1977-2015 (Acumulação)
- 1977-2006 (Produção)
Nível de descrição
Fundo
Dimensão e suporte
39 cxs.; papel.
Zona do contexto
Nome do produtor
(1938 - 2015)
História biográfica
Manuel de Lucena nasceu em Lisboa a 7 de Fevereiro de 1938. Viveu a infância e uma parte da adolescência em Angola com a família. Regressou a Lisboa com 16 anos, onde frequentou o Liceu Pedro Nunes e depois um colégio de Jesuítas. Ingressou no Instituto Superior Técnico no curso de Engenharia Química que viria a trocar pelo curso de Direito na Faculdade de Direito, onde se licenciou em 1981. Durante a sua juventude, participou em movimentos monárquicos e católicos, designadamente a JUC (Juventude Universitária Católica), o CCC (cineclube católico) e colaborou n' "O Tempo e o Modo". Depois da crise académica de 1962, passou a militar na Extrema-Esquerda. Redigiu grande parte dos comunicados estudantis da RIA (Reunião Interassociações de Lisboa). A sua oposição à política colonial de Salazar acabou por conduzi-lo ao exílio em 1963. Viveu em Roma, Paris e Argélia. Durante o exílio, foi dirigente do MAR (Movimento de Acção Revolucionária), fez parte da Frente Patriótica de Libertação Nacional e teve uma breve colaboração com a LUAR. Em Paris, estudou no Institut de Sciences Sociales du Travail, onde fez a sua tese sobre o corporativismo. A tese que preparou veio dar origem ao seu primeiro livro — “A evolução do sistema corporativo português”. Vol. I: o Salazarismo; vol. II: o Marcelismo —, publicado em Portugal em 1976.
Após o 25 de Abril de 1974, regressou a Portugal. Participou, como alferes, no processo de descolonização de Cabo Verde. Veio terminar o seu serviço militar em Lisboa, no Gabinete de Dinamização do Exército, situado no Estado-Maior do Exército. Abandonou a Extrema-Esquerda e apoiou o manifesto do Grupo dos “Nove”, de Melo Antunes. Em 1975, tornou-se investigador do Gabinete de Investigações Sociais (GIS) e depois do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS), que lhe sucedeu, onde fez carreira até se reformar em 2008. A última actividade política que se lhe conhece é adesão à Aliança Democrática e a participação na campanha presidencial do general Soares Carneiro, em 1980. Afastado da política activa, dedicou-se sobretudo ao comentário político e à investigação científica do corporativismo, dos fascismos e totalitarismos, do processo revolucionário português, a descolonização portuguesa e a consolidação democrática no pós-25 de Abril. Foi docente em cursos no Instituto de Defesa Nacional e na Força Aérea (para oficiais generais) e no Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica abordando alguns dos referidos temas de investigação, sobre os quais também proferiu conferências e orientou seminários em várias outras instituições.
É autor de obras como “O Estado da Revolução: a Constituição de 1976” e a “Revolução e Instituições: a Extinção dos Grémios da Lavoura Alentejanos”, bem como de várias entradas no “Dicionário de História de Portugal” (coordenado por António Barreto e Maria Filomena Mónica), nomeadamente sobre organismos corporativos e importantes políticos do Estado Novo, incluindo Oliveira Salazar, Armindo Monteiro, Pedro Teotónio Pereira, Alberto Franco Nogueira, José Gonçalo Correia de Oliveira e Adriano Moreira. As biografias alargadas das últimas cinco figuras vieram a integrar uma publicação póstuma: “Os Lugar-Tenentes de Salazar” (2015).
Ao longo da sua vida colaborou em numerosas revistas e jornais como “Esprit”, “Análise Social”, “Relações Internacionais”, “Expresso”, “Diário de Notícias”, “A tarde” ou “Semanário”. Foi co-fundador das revistas “Cadernos Socialistas” (1967-1969) e “Polémica” (1970-1973). Publicou, em 2006, o seu último livro (“Contradanças: política e arredores”) que reúne uma série de ensaios publicados na imprensa periódica entre 2004 e 2005.
Foi também tradutor das “Moradas”, de Santa Teresa de Ávila, e da “História da Guerra da Catalunha”, de D. Francisco Manuel de Melo.
Faleceu em Lisboa a 7 de Fevereiro de 2015.
Após o 25 de Abril de 1974, regressou a Portugal. Participou, como alferes, no processo de descolonização de Cabo Verde. Veio terminar o seu serviço militar em Lisboa, no Gabinete de Dinamização do Exército, situado no Estado-Maior do Exército. Abandonou a Extrema-Esquerda e apoiou o manifesto do Grupo dos “Nove”, de Melo Antunes. Em 1975, tornou-se investigador do Gabinete de Investigações Sociais (GIS) e depois do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS), que lhe sucedeu, onde fez carreira até se reformar em 2008. A última actividade política que se lhe conhece é adesão à Aliança Democrática e a participação na campanha presidencial do general Soares Carneiro, em 1980. Afastado da política activa, dedicou-se sobretudo ao comentário político e à investigação científica do corporativismo, dos fascismos e totalitarismos, do processo revolucionário português, a descolonização portuguesa e a consolidação democrática no pós-25 de Abril. Foi docente em cursos no Instituto de Defesa Nacional e na Força Aérea (para oficiais generais) e no Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica abordando alguns dos referidos temas de investigação, sobre os quais também proferiu conferências e orientou seminários em várias outras instituições.
É autor de obras como “O Estado da Revolução: a Constituição de 1976” e a “Revolução e Instituições: a Extinção dos Grémios da Lavoura Alentejanos”, bem como de várias entradas no “Dicionário de História de Portugal” (coordenado por António Barreto e Maria Filomena Mónica), nomeadamente sobre organismos corporativos e importantes políticos do Estado Novo, incluindo Oliveira Salazar, Armindo Monteiro, Pedro Teotónio Pereira, Alberto Franco Nogueira, José Gonçalo Correia de Oliveira e Adriano Moreira. As biografias alargadas das últimas cinco figuras vieram a integrar uma publicação póstuma: “Os Lugar-Tenentes de Salazar” (2015).
Ao longo da sua vida colaborou em numerosas revistas e jornais como “Esprit”, “Análise Social”, “Relações Internacionais”, “Expresso”, “Diário de Notícias”, “A tarde” ou “Semanário”. Foi co-fundador das revistas “Cadernos Socialistas” (1967-1969) e “Polémica” (1970-1973). Publicou, em 2006, o seu último livro (“Contradanças: política e arredores”) que reúne uma série de ensaios publicados na imprensa periódica entre 2004 e 2005.
Foi também tradutor das “Moradas”, de Santa Teresa de Ávila, e da “História da Guerra da Catalunha”, de D. Francisco Manuel de Melo.
Faleceu em Lisboa a 7 de Fevereiro de 2015.
Entidade detentora
História do arquivo
Manuel de Lucena foi investigador do Instituto de Ciências Sociais (ICS) e quando se reformou, em 2008, doou ao Arquivo de História Social (AHS) a documentação relativa à investigação sobre a extinção dos grémios da lavoura e suas federações. A restante documentação do seu arquivo de trabalho, que se encontrava no seu gabinete no ICS à data da sua morte, veio a ser incorporada no AHS em 2016.
A parte relativa aos projectos de investigação sobre a extinção dos grémios da lavoura e suas federações e sobre os organismos de coordenação económica (OCE) foi arquivisticamente tratada entre Outubro de 2016 e Março de 2017.
A parte relativa aos projectos de investigação sobre a extinção dos grémios da lavoura e suas federações e sobre os organismos de coordenação económica (OCE) foi arquivisticamente tratada entre Outubro de 2016 e Março de 2017.
Fonte imediata de aquisição ou transferência
Zona do conteúdo e estrutura
Âmbito e conteúdo
O Arquivo Manuel de Lucena contém um conjunto heterogéneo de documentos produzidos e acumulados no decurso das suas actividades científicas e académicas.
Avaliação, selecção e eliminação
Eliminaram-se fotocópias ou exemplares repetidos, assim como fotocópias de legislação, publicada em Diário do Governo, sem qualquer anotação ou sublinhado. Veja-se o auto de eliminação do AHS-ICS n.º 1 / 2017.
Ingressos adicionais
Sistema de organização
Os documentos e as séries documentais foram integrados nas actividades científicas e académicas de Manuel de Lucena. A recuperação dos contextos de produção ou de acumulação foi auxiliada pela leitura das introduções aos volumes e artigos que publicou, onde frequentemente explica a génese e desenvolvimento dos seus projectos. No interior das séries, procurou-se respeitar (quanto existe e é perceptível) a organização de Manuel de Lucena que é, na maioria das vezes, temática.
Zona de condições de acesso e utilização
Condições de acesso
Condiçoes de reprodução
Idioma do material
Script do material
Notas ao idioma e script
Características físicas e requisitos técnicos
Instrumentos de descrição
Zona de documentação associada
Existência e localização de originais
Existência e localização de cópias
Unidades de descrição relacionadas
Zona das notas
Nota
O arquivo de trabalho de Manuel de Lucena não se encontra tratado na sua totalidade. A parte tratada e descrita vai até ao nível "série". No "âmbito e conteúdo" de cada série, estão identificadas as pastas que lhe pertencem e está descrito, com mais ou menos pormenor, o seu conteúdo.
As cotas atribuídas à documentação tratada identificam a caixa, o maço e a pasta. Os documentos não se encontram individualmente cotados, recebendo cada um a cota da pasta em que se encontra. Cada pasta contém um número variável de documentos, podendo existir algumas que incluem apenas um documento.
As referências à localização física/cota das pastas encontram-se sempre na "zona das notas", podendo ser repetida essa menção no "âmbito e conteúdo" das séries que englobam um grande número de pastas.
As cotas atribuídas à documentação tratada identificam a caixa, o maço e a pasta. Os documentos não se encontram individualmente cotados, recebendo cada um a cota da pasta em que se encontra. Cada pasta contém um número variável de documentos, podendo existir algumas que incluem apenas um documento.
As referências à localização física/cota das pastas encontram-se sempre na "zona das notas", podendo ser repetida essa menção no "âmbito e conteúdo" das séries que englobam um grande número de pastas.
Nota
Nota ao elemento de informação “Data(s)”: as datas indicadas reportam-se apenas à produção e à acumulação da documentação tratada e descrita nesta base de dados. A documentação que integra o arquivo deste investigador começou a ser produzida ou acumulada a partir do início dos projectos identificados em cada subsecção, contendo, no entanto, documentos produzidos em datas anteriores.
Nota
Nota ao elemento de informação "Dimensão e suporte": a informação reporta-se apenas à documentação deste arquivo que já se encontra tratada e descrita.
Identificador(es) alternativo(s)
Pontos de acesso
Pontos de acesso - Assunto
Pontos de acesso - Local
Pontos de acesso - Nomes
Pontos de acesso - Género (tipologias documentais)
Identificador da descrição
Identificador da instituição
Regras ou convenções utilizadas
CONSELHO INTERNACIONAL DE ARQUIVOS — ISAD(G): Norma Geral Internacional de Descrição Arquivística. Trad. Grupo de Trabalho para a Normalização da Descrição em Arquivo. 2.ª ed. Lisboa: Instituto dos Arquivos Nacionais/Torre do Tombo, 2002, 97 p.
DIREÇÃO GERAL DE ARQUIVOS; PROGRAMA DE NORMALIZAÇÃO DA DESCRIÇÃO EM ARQUIVO; GRUPO DE TRABALHO DE NORMALIZAÇÃO DA DESCRIÇÃO EM ARQUIVO – Orientações para a descrição arquivística. 2.ª v. Lisboa: DGARQ, 2007, 325 p.
Estatuto
Preliminar
Nível de detalhe
Parcial
Datas de criação, revisão, eliminação
Criação: 2017-02-27.
Línguas e escritas
Script(s)
Fontes
Nota do arquivista
Descrição elaborada por Filipa Lopes.
A pedido da responsável pelo AHS, segue-se na presente descrição o antigo acordo ortográfico.
Objeto digital metadados
Nome do ficheiro
ml.jpg
Latitude
Longitude
Tipo de suporte
Imagem
Mime-type
image/jpeg
Tamanho do ficheiro
45.9 KiB
Transferido
15 de abril de 2019 13:26