Os Grupos Dinamizadores de Unidade Popular constituíram-se como frente eleitoral de apoio à candidatura de Otelo Saraiva de Carvalho às eleições presidenciais de 27 de Junho de 1976, reunindo o Partido Revolucionário do Proletariado (PRP), o Movimento de Esquerda Socialista (MES), a União Democrática Popular (UDP) e o Partido Comunista Português (Reconstruído) [PCP (R)], a Liga Comunista Internacionalista (LCI) e a Frente Socialista Popular (FSP).
O campo do “poder popular” derrotado a 25 de Novembro de 1975 reagrupa-se em torno da candidatura do ex-comadante do COPCON, preso após o 25 de Novembro, para “prosseguir o 25 de Abril” e resistir ao que tinham como a contra-revolução em curso com o resgatar da dinâmica revolucionária, a defesa da reforma agrária e a dinamização dos órgãos populares de base. Gerando ampla mobilização popular, os GDUP marcam um momento de ressurgimento da esquerda revolucionária, espelhado no resultado eleitoral de Otelo como segundo candidato mais votado, com cerca de 16% dos votos. A dinâmica gerada pelos GDUP levará a que em 1977 fosse formado o Movimento de Unidade Popular (MUP), de curta duração, e em 1978 a Organização Unitária de Trabalhadores (OUT), dinamizada sobretudo pelo PRP, que evoluiria, depois, para a Força de Unidade Popular (FUP) criada em 1980, componente política do Projecto Global que tinha nas Forças Populares 25 de Abril a sua componente armada.