Estudos sociais
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Revista quinzenal de estudos sociais
MORAES DE ALMEIDA, J.; FLORENCE GIESBRECHT, D. “Criar cidadãos perfeitos para uma República máscula, forte e virtuosa”: o Primeiro Congresso Nacional Feminista e de Educação em Lisboa (1924) e a modernização da desigualdade. Revista de História Regional, [S. l.], v. 29, 2024. DOI: 10.5212/Rev.Hist.Reg.v.29.23653. Disponível em: https://revistas.uepg.br/index.php/rhr/article/view/23653. Acesso em: 6 nov. 2024.
Organizado pelo Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas (CNMP), o Primeiro Congresso Feminista e de Educação ocorreu entre os dias 4 e 9 de maio de 1924, em Lisboa. Na ocasião, foram apresentadas e discutidas teses que versaram sobre temáticas relacionadas aos direitos políticos e cívicos, à educação, à assistência social, à higiene e saúde da mulher. Aproveitando a efeméride, propomos uma análise historicizada do evento, especialmente de algumas das teses, que mobilize reflexões sobre as relações intrínsecas entre certo feminismo e um projeto de nação higienista, focado no aprimoramento da raça. Sem querer reduzir as expressões feministas do início do século XX a uma definição engessada – mesmo porque os conflitos no interior do CNMP apontam para uma variedade de posturas relativamente à emancipação do sexo feminino –, pretendemos chamar a atenção, tal qual Susan Besse bem delineou ao estudar o caso brasileiro, para uma “modernização da desigualdade”. Para a historiadora, o casamento, a sexualidade, a maternidade e a educação feminina – temáticas recorrentemente presentes nas discussões feministas do final dos Oitocentos e nas primeiras décadas do século XX – adquiriram enorme importância, uma vez que a “reprodução limpa” foi encarada como forma de superar o atraso e a degeneração de determinadas nações. Assim, nossa hipótese é a de que o feminismo institucional representado pelo CNMP, ao reivindicar dignidade e igualdade de oportunidade às mulheres, encontrou lugar no engenhoso projeto de reforma social fundamentada em preceitos eugênicos, sustentados, principalmente, através do discurso médico-antropológico. Neste, “a mulher” foi convocada a carregar o pesado fardo de civilizar sua família, assumindo um papel fundamental ao Estado, embora conservador: o de esposa e mãe, educada para administrar o lar e criar “cidadãos perfeitos para uma República máscula, forte e virtuosa” – palavras de Julieta Ribeiro, autora da tese A mulher naturista.
Ribeiro, João Fusco (2024). "Intra-Nationalist Fighting in the Angolan Liberation Struggle: Exploring the Case of the Eastern Front (1966-1974)" in Vienna Journal of African Studies, Vol.24, pp. 51-74.
In this article, I examine the intra-nationalist rivalry between Angolan anticolonial guerrillas during the Liberation Struggle (1966-1974), paying particular attention to the
personal war experiences of rural communities on the Eastern Front. This is done through a prosopographical approach based on archival research of interrogation
transcripts from the Intelligence Service of the Portuguese State Police (PIDE-DGS) of guerrillas and civilians captured by the colonial authorities or who abandoned life in
the bush under the control of the liberation movements. Contributing to the rich scholarly literature on African liberation movements, this article sheds light on how the
permanent civil war between nationalist guerrillas reinforced the instrumentalization of violence against civilians, significantly affected the anticolonial struggle, and reverber‐
ated in the Angolan decolonization process (1974-1975).
Cópia dactil.
Sociedade de Estudos de Angola