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Colecção Maria Filomena Mónica
PT/AHS-ICS/MFM · Fundo · 1834 - 2006

Documentação de apoio à investigação sobre correspondência (1869-1872) entre Jaime Batalha Reis e Celeste Cinatti; correspondência (1852-1889) da família de Rio Maior; Discursos parlamentares (1834-1910); o concurso público que Eça de Queirós não ganhou (1870 - 1871), produzida por Maria Filomena Mónica, até 2006. Integra em digital levantamentos e transcrições de fontes manuscritas.

Mónica, Maria Filomena.
Levantamento dos Discursos Parlamentares
PT/AHS-ICS/MFM-AI-3 · Série · 2006
Parte de Colecção Maria Filomena Mónica

Contém: Listagem com as siglas utilizadas; Legenda - Comissões da Câmara dos Deputados; Legenda - Comissões da Câmara dos Pares; Índice alfabético de nome (apelido).

Nota sobre o «Levantamento dos Discursos Parlamentares, 1834-1910»

Por não existirem índices nos Diários das Câmaras dos Deputados e dos Pares para este período, considerei indispensável proceder-se a um levantamento tão exaustivo quanto possível dos discursos dos parlamentares antes de se começar a redigir as biografias que constam dos três volumes do «Dicionário Biográfico Parlamentar», que coordenei. Apesar da margem de erro, relativamente elevada, que o levantamento conterá, penso ser útil colocá-la na Internet, uma vez que a ele poderão ter acesso os investigadores a trabalhar sobre este tema e período.

Foi esta uma tarefa difícil, não só devido à sua natureza, essencialmente monótona, mas porque, às vezes, era difícil apurar quem era quem: quando lhes apetecia, tanto os deputados como os pares usavam apelidos diferentes e alguns irmãos bem como pais e filhos surgem com o mesmo nome, podendo ter sido confundidos. Seja como for, a dimensão do levantamento é considerável: em papel, corresponderia a cerca de 3.500 páginas. Se houve parlamentares que pouco discursaram, outros existiram que se revelaram muito activos, estendendo-se as suas intervenções por vários dias. Elaborou-se ainda uma lista dos parlamentares presentes nas comissões especializadas. Quem deseje escrever a biografia de alguém que tenha sido parlamentar entre 1834 e 1910 tem o trabalho de casa adiantado.

Maria Filomena Mónica

Para uma consulta dos Diários da Câmara dos Deputados, da Câmara dos Pares e da Câmara dos Senadores consulte www.parlamento.pt.

Para mais informações sobre a história parlamentar portuguesa consulte Materiais para a História Eleitoral e Parlamentar Portuguesa (1820-1926)
(http://purl.pt/5854/1).

Mónica, Maria Filomena.
O Concurso Público que Eça de Queirós não ganhou
PT/AHS-ICS/MFM-AI-4 · Série · 1870 - 1871
Parte de Colecção Maria Filomena Mónica

O concurso público para o lugar de cônsul de Portugal no estrangeiro, o primeiro a realizar-se em novos moldes, tem interesse a vários títulos. Desde logo, pela filosofia, meritocrática, que subjaz ao diploma de 18 de Dezembro de 1870, e, depois, pelos candidatos que a ele se submeteram, de que o mais famoso é certamente Eça de Queirós. Além do texto integral do decreto, incluem-se aqui muitos outros documentos, a maior parte dos quais inéditos, bem com o original e a respectiva transcrição (feita por Maria José Marinho e por Maria Isabel Soares) da prova teórica a que Eça, juntamente com sete outros candidatos, se submeteu no Ministério dos Negócios Estrangeiros, a 24 de Setembro de 1870.

Como se sabe, Eça viria a protestar contra o facto de ter sido supostamente preterido - ficaria em segundo lugar - num artigo que viria a publicar em «As Farpas», de Novembro de 1871, no qual invocou ter sido alvo de perseguição política. Como tentámos provar num texto ao tema dedicado, as coisas foram mais complicadas do que ele nos quis fazer crer .

Apesar dos esforços de Mendes Leal, para que o concurso fosse honesto, os «empenhos» sobre os membros do júri não tardaram a aparecer. Num país de camponeses analfabetos, onde as classes médias viviam coladas ao Estado, um concurso público dificilmente poderia ser isento. No caso que analisámos, os candidatos sobre os quais mais documentos possuímos, Eça de Queirós e Jaime Batalha Reis, consideravam que meter «cunhas» era a coisa mais natural do mundo. Mas nem tudo foi vergonhoso. Se o júri tivesse desejado colocar, desde o início, o filho do Conde da Ponte em primeiro lugar, nada mais simples do que atribuir-lhe, nas provas, uma qualificação mais elevada do que a que conferiu a Eça de Queirós. No entanto, não foi isso que fez. O mais provável é não ter obtido Eça o posto na Baía por não possuir experiência administrativa: um dia não chegava, de facto, como qualificação. O que não o impediu de relatar, em As Farpas, aquela história sobre uma misteriosa «cunha» feminina, a que acrescentou uma misteriosa perseguição política. Em suma, os génios literários não devem ser tomados à letra.
Maria Filomena Mónica