Zona de identificação
Código de referência
Título
Data(s)
- 1972 (Produção)
Nível de descrição
Dimensão e suporte
5 doc.(jornal); papel
Zona do contexto
Nome do produtor
Nome do produtor
História administrativa
A Organização Comunista Marxista-Leninista Portuguesa resultou da fusão, no final de 1972, de O Comunista e de O Grito do Povo, grupos que se organizavam em torno de publicações com o mesmo nome.
O Grito do Povo surge no Porto em finais de 1969 a partir de sectores ligados ao meio estudantil, aos chamados Comités de Base, e a zonas do operariado local. Reflecte a ambiência cultural e juvenil portuense e a influência do Maio de 68, bem como marcas difusas de trotskismo, maoismo e socialismo radical. Apesar da base estudantil, O Grito do Povo procura penetrar nos meios fabris criando os Comités Operários, organização sindical clandestina. Em 1971 começa a publicação do jornal o “O Grito do Povo” e são lançados os Comités Revolucionários de Estudantes Comunistas (CRECs), que editam “Viva a Revolução”, e a estrutura frentista Núcleos Sindicais de Base. Implantado no Porto, estenderá a sua influência também a Coimbra.
O Comunista foi criado em Paris em 1968 por Hélder Costa e elementos vindos do Comité Marxista-leninista Português (CMLP) e do Partido Comunista Português (PCP). A partir de Dezembro de 1968 edita o jornal “O Comunista”. Revelando inicialmente alguma sedução pelo guerrilheirismo e rejeitando o centralismo democrático, o grupo não se via como vanguarda e apresentava uma estrutura federalista, dispondo os núcleos de considerável autonomia. Defendendo a luta armada, O Comunista assume alguma continuidade relativamente à Frente Acção Popular (FAP).
O Grito do Povo estabeleceu desde 1969/1970 contactos com O Comunista, que se consolidam entre 1970 e 1972. Este processo de aproximação, reflectindo-se em debates ideológicos em torno do federalismo e do centralismo democrático, levou a cisões, como o abandono do Núcleo Maria Albertina e do Núcleo José de Sousa.
A OCMLP desenvolverá importante actividade através dos núcleos no estrangeiro, nomeadamente em França junto da emigração, com imprensa própria e actividades culturais. O activismo anticolonial era uma dos vectores principais da actividade da organização. Para desenvolver trabalho nas Forças Armadas foram criados os Comités de Soldados e Marinheiros Vermelhos e foram ainda dinamizados Comités de Desertores em França, Holanda, Dinamarca e Suécia.
A partir de 1973/1974 a organização viu-se fragilizada por algumas prisões, disputa acesa pelo poder e violentas dissidências internas. Depois de 25 de Abril de 1974 estimula a criação da Frente Eleitoral de Comunistas (Marxistas-leninistas) [FEC (ml)] que participou nas eleições para a Assembleia Constituinte. Em 1976, juntamente com o CMLP e a Organização Revolucionária Portuguesa Comunista (marxista-leninista) [ORPC (ml)], está na criação do Partido Comunista Português (Revolucionário) [PCP (R)].
Entidade detentora
História do arquivo
Fonte imediata de aquisição ou transferência
Zona do conteúdo e estrutura
Âmbito e conteúdo
Órgão do Comité Revolucionário de Estudantes Comunistas. Organização ligada a "O Grito do Povo" e OCMLP.
Existências: Nº1 e 2 (Abril 1972 - reprodução para o exterior) a Nº4 (Dezembro 1972).
Nº3 e 4 repetidos."